Maratona: United States of Tara (1ª, 2ª e 3ª temporada)

20.7.15


Todo e qualquer assunto que envolva  o cérebro humano é digno de atenção. Seja algo sério ou apenas entretenimento, sempre se torna algo interessante. Pelo menos para mim. Por isso que United States of Tara, uma série finalizada há quatro anos, entrou na minha grade e na minha lista de maratonas.

A série é estrelada por Toni Collette e fala sobre TDI (Transtorno Dissociativo de Personalidade), também conhecido como Dupla Personalidade, que ao contrário do que o nome popular diz, não se trata apenas de duas personalidades diferentes. Comecei a série com expectativa muito alta, um dos motivos, além do que já expliquei, é que gosto de medir o potencial do/a ator/atriz quando lhe é incumbido mais de um papel em uma mesma produção. Vimos Toni em outros sete papéis além do de Tara e ela se saiu muito bem. O mais interessante é que as personalidades iam e vinham em um piscar de olhos, então Toni deveria mostrar isso para quem a assistia, deveria deixar claro que não era mais uma dona de casa dos anos cinquenta, mas sim uma adolescente de quinze anos espevitada. Ah, sobre as personalidades, foram três principais, uma que ganhou seu destaque ao longo e outras três que apareceram e desapareceram.

Tara é a mulher que sofre o distúrbio, passa as duas primeiras temporadas querendo descobrir por qual trauma passou para que ele surgisse, enquanto isso, tenta administrar casa, marido, dois filhos e uma irmã que sempre diz querer normalidade em sua vida. Seu tempo em cena é totalmente dividido com outras personalidades, não há uns minutinhos a mais só pelo fato dela ser a principal dentre todas. Alice é a dona de casa dos anos cinquenta que citei, no primeiro momento foi a personalidade que não gostei, mas depois você entende a lógica do personagem e fica difícil desgostar de algum. Buck é o único homem dentre as personalidades principais, tem uma memória completa da guerra que participou e se diz 100% macho, fumando, bebendo e entrando em brigas quando está no domínio do corpo de Tara, mas em alguns momentos complicados, ele é que está presente e se mostra um amigo para a família. 


T, a adolescente. Apesar de gostar de todas as personalidades, tenho que dizer que essa é a que acho irritante, e, apesar de Buck ter arranjado um baita problema na segunda temporada, para mim foi T a que mais fez com que Tara passasse por situações que poderia muito bem ficar longe. T é uma adolescente, então age exatamente como qualquer um que vemos por aí. Finalmente a minha preferida, Shoshana, uma terapeuta. Ela não existia no começo da série, mas ainda bem que fora acrescentada, ajudou muito Tara e Max. Definitivamente minha personalidade favorita do show.

Mas essa série não foi uma maravilha do começo ao fim, se eu não estivesse maratonado, certamente levaria meses para que conseguisse finalizar. United States of Tara começou bacana, eu estava muito empolgada para assistir uma série que mostra, mesmo que apenas com fins de entretenimento, como o cérebro é uma coisa complexa e linda, mas ainda na primeira temporada se revelou monótona. Praticamente todos os episódios tinham a mesma fórmula: alguma personalidade tomava conta de Tara (na maior parte das vezes eram em momentos que não poderiam), fazia alguma besteira e devolvia a consciência para a protagonista, fazendo com que ela chorasse e ficasse dez horas seguidas pedindo desculpas e se sentindo culpada. Chegou um momento em que eu já estava cansada disso. Então resolvi focar em outros personagens. Tentei em Max, mas o amor imensurável pela esposa fazia com que eu achasse, ao mesmo tempo, bonitinho e entediante. Parti para Charmaine, a irmã de Tara, mas a mulher só fazia era reclamar, achava ruim e não acreditava no transtorno na irmã, mas não fazia nada para mudar de vida e até mesmo de cidade - já que Tara estragava tanto assim sua vida.

Neil nem cogitei, o personagem só foi ter um espaço maior a partir da segunda metade da segunda temporada. Sobraram os filhos de Tara e Max: Mashall e Kate. Marshall (também chamado de Marshmallow e Moosh) se descobre gay logo na primeira temporada, apesar de demorar para se aceitar, já chegou a ser uma das "vítimas" dos feitos desnecessários de outras personalidades da mãe e rolou muito mimimi dele ao longo das três temporadas. Já Kate, bom, dei uma enrolada legal falando sobre os personagens da série só para justificar o motivo dela ser minha personagem favorita da série. A princípio vemos uma adolescente do tipo rebelde, mas no caminhar da série é incrível acompanhar o amadurecimento da menina. Ela passa por muitas coisas, faz muitas besteiras, mas também tem as melhores frases e a melhor visão de mundo da série. Tem uma cena, na terceira temporada em que Marshall fala para ela as coisas que admira nela e concordei completamente com o que ele disse. Quem vê a Kate que finalizou a série nem consegue se lembrar da que apareceu pela primeira vez. Sem esquecer de mencionar a amizade que os irmãos tem, é uma coisa muito bacana do show.

Eles mostram muito o valor da família, mesmo eu tendo dito mais pra cima sobre o amor de Max. Dificilmente Tara conseguiria lidar com sua situação sem seu marido e filhos. Depender dos pais e da irmã faria com que mais cedo ou mais tarde ela parasse em algum hospício, casa de repouso ou intoxicada com remédios que impediam que as personalidades viessem à tona. Foram eles o suporte que ela precisava. Vários personagens, que queriam ajudar, entraram e saíram na vida de Tara, mas era a família que estava sempre lá por ela - sendo obrigação ou não. Não tenho elogios para tecer ou coisas para reclamar (muito), ela abordou um tema original e interessante, mas que foi desenvolvido de forma mediana.

Apesar de não deixar saudade para mim, a série surpreendeu um pouco na última temporada, criou um misteriozinho legal, mas um dos momentos que mais gostei foi quando Tara decidiu colocar ordem na bagunça e usar as personalidades como aliados, não como hóspedes incômodos. United States of Tara teve seu fechamento sem um cliffhanger e emoções fortes, ela finalizou os plots, apesar de abrir uma possibilidade para mais alguma história. Mas nada que nos faça querer muito por uma nova temporada. A série foi encerrada e foi bom terem decidido isso.

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