Sobre finalizar um livro

27.10.15


Alguém disse que todo pessoa deve: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um filho. Esse alguém não poderia estar mais correto! Quer dizer, mudaria o ter um filho para criar um filho, já que cada um tem uma opção pessoal sobre o assunto.

Enfim. Essa introdução mixuruca foi somente um meio de dizer que finalmente escrevi um livro. Estou esperando meu prêmio de vencedora. Sério. Espero pelo complicado fato de que desde 2009 comecei várias histórias e nunca as terminei. Claro que essas histórias eram no estilo bem Meg Cabot de ser, justamente porque os livros dela dominaram minha lista de leitura no começo da minha adolescência, mas continuam sendo livros nunca finalizados (e que não finalizarei tão cedo). Quem me tem no facebook pode até estranhar esse post que está sendo feito (bom, que foi feito) dias depois que anunciei por lá o grande acontecimento - na minha vida. Ainda não tinha feito nada quando postei, eu tinha literalmente acabado de fechar o Word com a história recém completa.


Agora, com a revisão na metade do caminho e a capa completa, posso escrever com mais confiança esse texto. Confesso que ainda não sei o que farei com ele, se tentarei a sorte com editoras ou se colocarei a cara no mundo e publicarei de forma independente. A listinha de prós e contras foi feita, mas a escolha continua complicada. Estou pendendo para a publicação independente, apesar de tomar muito mais tempo, acredito que não há prazer maior você correr atrás de tudo. Talvez esteja sendo um pouco ingênua. Ou muito. Mas deixarei essa decisão mais para frente, quando eu souber o que fazer, todos saberão, afinal, alguém precisa fazer a propaganda.

Foi em 2013 que tive a ideia para esse livro. Sabe, quando você gosta muito de um assunto e passa a assistir direto canais de televisão que tratam somente sobre esse assunto, coisas assim acontecem, como por exemplo, se inspirar para escrever uma história. Ou seja, eu, uma pessoa fascinada por seriais killers e suas mentes particulares, caí na armadilha de assistir quase todos os dias durante um mês os canais BIO (rest in peace :c) e ID. O resultado foi eu saindo igual uma louca anotando toda as ideias para a história em folhas sulfites. Eu estava viajando na época, fiquei super ansiosa para voltar pra minha casa e enfim começar a escrever. Construí a personalidade e biografia de todos os personagens, o enredo e até mesmo o roteiro! Mas como nem tudo são flores na vida de quem não tem muito foco, demorou dois anos para finalizar essa história,

É que assim, quando você entra no ritmo da escrita, qualquer coisa que você lê e escuta já pode virar uma baita história. Então não resistia uma única vez. Deixava de lado meu livro e começava a escrever as novas histórias. E foram muitas. Agora por exemplo, estou com três livros, vários contos e outro punhado de pequenas histórias. Quando algum autor e/ou autora disser que essa vida é viciante, acredite, ela é. A pesquisas para a história são constantes, nós nunca temos a certeza de que conseguimos ser crível, por mais leitura e documentários que passem em nossas mãos, e isso de certa forma é divertido. Se aprofundar em um assunto (ou em vários) de interesse é apaixonante. Nem mesmo sei mais os caminhos que percorri para aprender mais sobre a polícia estadunidense, serial killer e sobre o corpo humano, apenas sei que o conhecimento que adquiri tá guardadinho.

Escrever um livro nos faz percorrer interessantes meios, também faz com que fiquemos como que pessoas loucas para outras. "Como assim "o personagem que quis"?" eles perguntam, "Você sabe sim o que ele quer!" eles exclamam. Não, meus caros, ao contar uma história você vira refém dela. Claro que quem escreve tem noção de como vai terminar e o que ocorre durante, mas são os diálogos e ações que te surpreendem, é possível sim se tornar outras pessoas, é como participar de um universo paralelo. Elas passam a ter vida própria. Por isso que finalizar um livro pode ser tão triste. A felicidade vem ao concluir uma história, mas a tristeza bate quando nos lembramos que é ali que a despedida dos personagens é feita. É isso. Você nunca mais poderá interpretar eles. Quer dizer, poder até pode, mas nunca mais irá ter a emoção escrever essa história deles, afinal, já está escrita (obrigada, senhora Óbvia).

É isso. Dar adeus. Nunca tive problemas em dar adeus para pessoas, sempre encarei a vida como uma movimentada plataforma de trem em que várias chegam e vão embora a toda hora. Mas tive dificuldade na despedida dos meus personagens. Tanto que enrolei por três semanas antes de finalmente escrever os dois últimos capítulos. É um êxtase misturado com melancolia. Um adeus que quer ser um até breve. Não sei. Só sei que foi assim.

Mas por mais que cada personagem seja especial, a tristeza vem, mas volta a ir embora. Afinal, a melhor coisa sobre finalizar um livro é que finalmente podemos nos dedicar em começar outro.

Você poderá GOSTAR TAMBÉM:

0 comentários

Subscribe