Mas e se você se olhar no espelho? Olhar no sentido de se analisar. Vai se achar feio? Bonito? Vai gostar daquela ruguinha que forma entre as sobrancelhas quando você franze o cenho? Vai achar que aquela linha de expressão que forma ao redor da boca, quando sorri, te deixa pelo menos uns 5 anos mais velho e vai pensar que daqui a pouco já terá que recorrer para tratamentos estéticos?

Uma gordurinha no quadril, uma bunda menor do que o desejado, um cabelo desarrumado por pura displicência sua (que decidiu sair correndo, já que estava atrasado), ombros muito largos, covinhas nas bochechas. Um rosto que fica melhor com o olhar carregado e lábios apenas com um batom clarinho.

Já sabe se você é feio ou bonito?

Pois eu lhe digo uma coisa: não confie cegamente no espelho.

Como já diziam por aí antes de mim: ele não vai te mostrar o quão fica lindo dormindo, com o rosto sereno, sem preocupações. Não vai mostrar como você fica bonito com seus olhos brilhando ao receber alguma boa notícia. Nem mesmo mostrar a sua careta engraçada de quando leva o maior susto.

O espelho não conta toda a verdade.

Ele é um reflexo de quem você é quando está com o humor muito elevado ou muito baixo. Você não se olha nele durante o dia inteiro, em cada reação, cada gesto. Apenas quando quer se admirar ou se perguntar “O que há de errado comigo?” e assim achar (e inventar) duas mil imperfeições, que, acredite, só você vê.

Por isso repito: o espelho é uma base, não é o julgamento final. Não confie cegamente nele, confie em você.