Review: Cidades de Papel

10.7.15

Título: Cidades de Papel
Elenco principal: Nat Wolff e Cara Delevigne
Direção: Jake Schreier
Ano: 2015

Definitivamente não faço o tipo de garota que gosta de leituras estilo Nicholas Sparks e John Green, apesar de ter assistido Um Amor Para Recordar (qual é, toda menina pré-adolescente é meio que "obrigada" a assistir esse filme haha). Tirando esse filme baseado no livro, voltemos para os livros em si, em bibliotecas e escolhas para compras, sempre passei longe de romances melosos e finais trágicos, pra falar bem a verdade, sempre fui muito prática nessas questões, mas John Green chamou minha atenção com o livro "O Teorema Katherine", comecei a ler na biblioteca da faculdade, mas nunca tive a oportunidade de finalizá-lo - ainda irei. Bom, apesar disso, continuei na minha missão de não me importar com qualquer coisa que saísse de um desses dois autores.... é... então...

Quando saiu o trailer de Cidades de Papel, claro que, como uma boa "não dá nada perder três minutos com esse trailer", assisti. E gostei. Caraca, como gostei. Não senti uma vibe sono como senti com o trailer de A Culpa é das Estrelas e de todos do Nicholas Sparks. Espera, antes de continuar, vou avisar que pararei com as comparações nesse post, já percebi que existem obras de Green que posso até curtir, ao contrário do Sparks. Voltando. Decidi que queria ver o filme, não que eu fiquei muito ansiosa ou algo parecido, mas ele pareceu bacana e pensei "o que que tem?". Finalizando logo com esse lenga-lenga de introdução às minhas ideias, vou contar o que achei. E já aviso: cuidado com spoilers.

Logo de cara o filme já começa com a apresentação de Q (Quentin) e Margo, apesar de haver o clichê de garoto inseguro e nerd que se apaixona pela amiga super legal e (futuramente) popular, a história realmente nos faz curtir isso. E olha que sou chata para clichês. Enfim. Q fala sobre milagres, achei muito bacana a narração inicial do personagem, eles nos faz pensar que milagres não são necessariamente coisas grandiosas como escutamos em histórias por aí, mas sim que são aquelas coisas que acontecem em nossa vida que, de uma forma ou de outra, muda o curso dela, ele citou o exemplo de vários que podem ocorrer com diversas pessoas, como também citou o que ocorreu na vida dele, que foi conhecer Margo - a priori. Querendo ou não, isso faz com que pensemos qual é o milagre que ocorreu em nossa vida ou se ainda poderá ocorrer.

Enfim, os anos passaram e, como já era de se esperar, Margo deixou aos poucos de ser amiga de Q e cada um ficou com a sua "turma". Q tem Radar e Ben como amigos enquanto Margo fica com o pessoal popular. Radar é um jovem cujo os pais desejam ter o certificado do Guiness Book como a casa com maior coleção de papais noéis negros e Ben é o típico adolescente cujo o pensamento é de que tem que pegar muita mulher, apesar de ser constantemente ser duvidado por seus amigos, assim como por nós todos, se ele realmente fica com o tanto de garotas que costuma dizer. Enquanto leva sua vida pacata, Q sempre se pergunta quando que Margo vai voltar a falar com ele, afinal, já se passaram nove anos desde quando a amizade deles esfriou. Até que um dia ela aparece em sua janela - como nos velhos tempos.

Q é posto diante uma escolha: sair de sua zona de conforto e ir com Margo em uma madrugada cheia de plano de vingança ou permanecer em seu quarto e continuar com suas experiências 'comuns'. Claro que o apaixonado vai junto com Margo, ainda mais por ter desejado algo parecido por muito tempo. Quando ele percebe, os dois já estão colocando em prática o plano da garota. Fica claro que essa é uma das melhores lembranças que Q irá carregar consigo. Uma noite com a garota que está apaixonado e saindo pela cidade fazendo coisas que constantemente o deixam preocupado com a possibilidade de ir para cadeia por causa delas. O discurso que Margo faz quando estão olhando para cidade é algo muito bonito, quer dizer, todas as quotes que representam a mensagem que a história quer passar são muito bonitas. Ela explicando sobre como as cidades e as pessoas são como papéis, sobre como que todos a enxergam... Não li o livro, mas tenho certeza de que a personagem consegue ser muito mais profunda, o filme foi muito bom, mas é inegável o quanto a história em sua forma escrita é sempre mais carregada de detalhes e profundidade. Se tem algo que esse filme não tem, essa coisa é diálogos superficiais.

Após essa noite, Q pensa que sua relação com Margo irá mudar, que pelo menos voltarão a ser amigos. Que engano. A jovem some nos dias seguintes, Q fica preocupado até um dia em que, junto com seus amigos, descobre que Margo deixou pistas para ele descobrir onde ela estava. Ah, ela tinha essa mania de deixar para irmã e amigos essas pistas, para que eles soubessem que ela estava bem. E é aí que a maior aventura do filme começa. Q começa a montar o quebra-cabeça deixado por Margo, primeiro através de um vinil, livro, seguido por bilhete, chegando em um mapa. Mas antes de eles descobrirem sobre o mapa, não posso deixar de comentar a cena maravilhosa que fez com que todos, independentemente da idade, rissem: a em que Ben, bêbado, começa a cantar a música tema de Pokémon para que o medo de entrar em uma loja abandonada sumisse, logo o garoto estava sendo acompanhado por seus dois amigos na música e, conforme a animação deles aumentavam, nitidamente eu percebia a animação da sala de cinema aumentar também, fazer o que. Como diria um grande meme da internet: falta um anime que una todas as tribos e idades como foi o Pokémon.

Lacey, uma das amigas que Margo pensa que a traiu, se juntou ao grupo de garotos para descobrir para que lugar ela foi. Depois de lembrar do discurso escutado no prédio, Q, com os amigos, descobrem o lugar para onde Margo foi. Todos eles, mais a namorada de Radar, Angela, encararam dois dias de viagem para a tal cidade, afinal, eles queriam chegar a tempo para o baile. E foi nessa viagem que o entrosamento entre eles se deu melhor, Lacey mostrou que não é apenas um rosto bonito, Angela se tornou amiga dos amigos do namorado, Ben conseguiu realizar um desejo e todos viveram horas que nunca mais esqueceriam. Ah, durante a viagem os fãs de TFIOS soltaram gritos de surpresa com a participação especial de Ansel Elgort, o Gus.

Cidades de Papel é diferente da maioria dos filmes teens que assisti ultimamente, ele traz uma mensagem bacana, já vi comparações com alguns dos filmes John Hughes, tenho certeza que várias pessoas vão ficar ofendidas por comparar clássicos com um filme teen atual, mas meus caros, não tem como ignorar o conteúdo que esse filme mostra. Vou parar por aqui, não devo continuar a relatar minha opinião sobre o que aconteceu quando eles chegaram na cidade (de papel) que Margo estava, eu estaria exagerando na minha cota de spoilers. Apenas digo que gostei do que vi, de certa forma, já estava familiarizada com o pensamento da personagem, visto que conheci uma garota muito parecida com Margo, ela não tem parada fixa, largou tudo para ficar com o circo, gosta de ter novas experiências, ainda está descobrindo quem é, nenhuma amarra consegue prender. Acho lindo pessoas assim, são pessoas que não gostam de sua zona de conforto, que procuram sempre se jogar no desconhecido quando tem a oportunidade - e, quando não tem, as criam -, para mim, esse é um dos mais admiráveis tipos de coragem. Para Q, o milagre foi, além de ter conhecido Margo, ter entrado nessa incrível viajem ao lado de seus amigos que a vida pode até separar, mas que eles sempre estarão unidos por dois dos mais notáveis laços: o da memória e da experiência.


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