Desafio: 30 days writing! - (06) - Escreva algo de terror

23.2.16


Não esperava nada menos do que muita diversão naquele 12 de dezembro. O ano era 1996 e eu mais dez amigos tiramos uns dias de férias da faculdade para uma viagem cheia de aventura. O começo clichê de qualquer história de terror, mas que, para aqueles onze jovens, aparentava ser na verdade, o começo de uma história que contaríamos pelo resto de nossas vidas. Bom, eu pelo menos, contarei essa história pelo resto de minha vida. Já que eu sou a única que posso fazer isso.

Até hoje me arrependo de não ter checado os noticiários da cidade. Era eu quem estava organizando a viagem. Era minha responsabilidade ver isso. Ah se minha atenção estivesse no lugar certo, teria visto que a cidade de Gump Hill estava preocupada com o desaparecimento de cinco jovens nos arredores do município. Cinco jovens eram muita coisa para uma cidade de vinte e dois mil habitantes. Mas minha atenção estava em Luke, o que na época era o amor de minha vida. Apesar de hoje em dia ser casada com outra pessoa, ainda acho que possivelmente Luke foi o amor de minha vida.

Nos hospedamos em um hotel, bem no alto de uma colina, apenas escolhi este por haver a telecadeira mais bacana da cidade. A previsão de nevasca era para a semana seguinte, o que não haveria problema, visto que ficaríamos cinco dias apenas, porém, ela chegou mais cedo. No segundo dia de hospedagem, era impossível sairmos de lá. Rapidamente fizemos amizade com a gerente e o recepcionista do hotel. Como não havia maneiras de sair, o que nos restou foi inventarmos coisas para fazer dentro daquele prédio de quatro andares. Poucos hóspedes estavam instalados, logo formamos um grande grupo de quase setenta pessoas. Mas nenhuma história macabra que escutamos na terceira noite (quando nos reunimos para contar histórias de terror) nos preparou para o que aconteceu no dia seguinte.

Rebecca, uma de minhas amigas, foi até a piscina (que era coberta e aquecida) na manhã do quarto dia. Seu biquíni era novo, em estação fria, a melhor coisa que tem para comprar são roupas de praia. Entrou na piscina e começou a nadar. Ao chegar no meio da piscina, ela, que tem mania de nadar de olho aberto, viu um corpo estendido no fundo. Sem titubear, foi até a pessoa, a fim de fazer os primeiros socorros, na esperança de ainda estar viva, mas sua surpresa foi ver que o corpo estava muito pesado, seus olhos percorreram até chegar no tornozelo, só então viu que nele estava amarrado uma corda que dava para um saco. Rebecca voltou para a surperfície, para respirar, gritou e gritou, até que Luke, George e eu a escutamos. Chegamos correndo até a área da piscina, ela então pediu para que a esperássemos na borda, sua voz estava cheia de urgência e eu fiquei completamente assustada e sem entender coisa alguma, até que ela surgiu, abraçada com um corpo desacordado. O colocamos na beira da piscina e George tentou reanimá-lo, eu lembrava quem era a pessoa, a vi na noite anterior, a que foi contada histórias, essa mulher não havia falado muita coisa, mas escutava atentamente cada uma que foi contada.

Acreditamos que havia sido suicídio, ela não estava hospedada com ninguém mais. Fizemos a suposição de que ela poderia ser depressiva ou algo parecido. Mas nossa teoria caiu completamente por terra quando um segundo corpo foi encontrado. Um rapaz, hospedado no terceiro andar, foi encontrado em sua cama no nosso quinto dia ali. Duas mortes em dois dias. Não era apenas coincidência. Nós corríamos perigo. A nevasca não havia parado. Estávamos em sessenta e seis pessoas. Um de nós era o assassino. Naqueles dias, eu não imaginava o terror que as próximas duas semanas seriam. Muito menos que seria eu a única pessoa que sobreviveria para contar a história.

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