De relações voláteis

15.7.17


As pessoas são voláteis. Gosto de começar um texto com a verdade que precisa ser desengasgada. Não que alguém já não saiba que elas são dessa maneira, mas é bom deixar claro desde o começo.

Percebo que a cada dia que passa, mais e mais textos sobre profundidade surgem pela internet. Há quem os recrimine e há aqueles que os apoiam. Seja para ganhar likes ou como um modo de desabafo, eles de certa forma tem sua verdade. Não é questão de ditar comportamentos, cada um age da maneira que lhe convém. Se bem que o ponto é esse mesmo: conveniência. Algumas características básicas de uma amizade estão se tornando apenas palavras em um dicionário, as pessoas não se preocupam em agir de maneira que o próximo não vai se machucar. Não se preocupam em saber o que o outro pensa. Por  fim, acabam colocando culpa no orgulho. É desgostoso ver como se aproveitam da falha de caráter.

Caráter é o conjunto de traços morais da personalidade de alguém. É aquilo que se forma quando nossos defeitos, qualidades e hábitos se unem. Não confunda falha de caráter com a falta dele. Estou aqui falando da falha. A falha acontece com todos. Somos imperfeitos, não? Erramos e, seguindo a lógica, devemos reconhecer e evitar que volte a repetir. Se deixamos de lado alguém devido às preocupações do nosso cotidiano, uma hora percebemos isso e tentamos contornar a situação. Ou seja, a falha de caráter não deveria impedir que, em algum momento, as pessoas demonstrassem mais humildade, compaixão e empatia. Mas aparentemente fazem com que ela impeça. Eu, sinceramente, não sei quando que a falha se torna tão constante que começa a ser a falta. Mas foquemos na falha.

Estar ao lado de alguém não é tão importante. Se preocupar com o sentimento de alguém não é prioridade em momento algum. Se colocar no lugar de alguém é inimaginável. Ninguém mais existe quando se trata de coisas que proporcionam benefícios e realizações próprias. Não é falar a respeito de grandes sacrifícios. De colocar sempre em primeiro lugar as outras pessoas. É saber equilibrar. É saber que algumas situações vão exigir que uma escolha seja feita e, nessa escolha, às vezes pensar no outro é o melhor caminho. De voláteis já bastam os acontecimentos do mundo e a nossa natureza. Não reforce. Combata.

Nenhuma pessoa é obrigada a ter uma forte ligação com alguém, a ter uma troca de sentimentos profundos. Mas seria bom se todo mundo tivesse uma ou duas pessoas para isso na vida. Ajuda muito na hora de pensar nos outros. Novamente, isso não é para ditar comportamentos e impor opiniões. É apenas algo que acredito. Aquela frase do "faça para os outros o que gostaria que fizessem por você" é real. Se começassem a agir dessa maneira, não teria motivos para pensarem coisas como "não vou fazer já que outros não fazem". Olhe, ideias utópicas. Acreditar na bondade. Em que é possível a mudança nas pessoas. Mas apenas se elas enxergarem que precisam disso.

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