Carta para Esperança

26.11.14


Tola Esperança,

Nessa manhã chuvosa, escrevo esta carta para enfim dizer o que penso. Estou cansada de ser para ti como algo inferior. Quero o reconhecimento justo, a admiração que tanto mereço. O quanto já te livrei de ser taxada de louca em situações que claramente faria com que o fim não fosse algo que tanto desejaste? O quanto já te puxei para realidade enquanto sonhaste com um futuro onde a felicidade era tua companheira?

O que ganho em troca? Todos teus amigos, ou melhor, os que dizem ser teus amigos - como o Amor, a Paixão, a Humanidade, a Paz, quer dizer, somente na Paz eu confio -, sempre fazem juras de que ficarão todos juntos, mas, no final, tu sabes muito bem o que te aconteces, não é mesmo?

Acabas sozinha. Todas as vezes.

Eles fazem isso contigo, pois sabem que a única persistente, bom, devo aqui admitir que o Amor tenta, mas és somente tu, Esperança, que realmente fica até o fim. Deixarás que todos te tratem como uma mala velha em cima do guarda-roupa? Não acho isso correto, por isso que, mesmo contigo sonhando com uma época em que eu desista de ti e sigo um rumo diferente, continuo ao teu lado.

Posso sumir por algum tempo, mas sempre acabo voltando. Sou necessária para ti e para os da sua volta. Sou aquele mal que faze-te bem. Aquela que escreve certo por linhas tortas.

Ou vai me dizer que nunca pensaste em dar-me ao menos um obrigado? Já vi esses teus olhinhos agradecidos, implorando para serem ouvidos por mim e por mais ninguém.

Mas do que adianta reconhecimento que não é público? Destes eu já estou farta!

Quero que fale para todos o quanto sou necessária para ti! Todos te escutam, todos te admiram! Uma parte disso se deve a mim. Você sabe do meu valor, só venho pedir para que assuma-o.

Sou aquela rejeitada pela maioria, mas por muitos ansiada secretamente.

Com essa carta mostro-te controvérsias, sentimentos confusos, penso até em mudar de nome.

Até qualquer temporada,
Frieza.

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